PIB em queda: o que a revisão para 2025 revela sobre os riscos e oportunidades no setor de cobrança

A edição mais recente do Boletim Focus, divulgada pelo Banco Central em 7 de abril de 2025, manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano em 1,97%. Na semana anterior (31), a projeção foi revisada de 1,98% para 1,97%, indicando uma economia em ritmo mais lento do que o esperado. 

Apesar da redução parecer pequena em números, ela carrega sinais importantes para setores que lidam diretamente com o comportamento financeiro da população e das empresas — entre eles, o setor de crédito e cobrança.

 

Entendendo o cenário econômico 

O ambiente econômico atual é marcado por juros elevados, inflação acima do centro da meta e desaquecimento do consumo. A Selic atingiu 14,25% ao ano, tornando o crédito mais caro e limitando o acesso de empresas e consumidores a financiamentos. 

A inflação acumulada para 2025 está projetada em 5,65%, segundo o mesmo Boletim Focus. Esse cenário pressiona a renda das famílias, aumenta os custos operacionais das empresas e amplia o risco de inadimplência em diversas frentes. 

Dados do IBGE também mostram retração de 1% no consumo das famílias no último trimestre de 2024, sinalizando menor circulação de capital e maior dificuldade de manutenção de compromissos financeiros. 

Crescimento da inadimplência e impacto no setor 

O aumento da inadimplência já é visível. Segundo a Serasa Experian, o número de empresas inadimplentes no Brasil chegou a 7,1 milhões em janeiro de 2025 — o maior da série histórica. Isso representa 31,4% das empresas ativas no país, com predominância de micro e pequenos negócios nos setores de comércio e serviços. 

Entre os consumidores, o comprometimento da renda com dívidas e o uso excessivo do crédito rotativo contribuíram para o aumento dos atrasos em modalidades como cartão de crédito, financiamento e empréstimos pessoais. 

Nesse contexto, o setor de cobrança assume papel fundamental na recuperação sustentável de valores em aberto. 

Estratégias para atravessar o momento 

Empresas que oferecem crédito, assim como instituições financeiras, precisam agir com prudência e inteligência. Algumas estratégias recomendadas incluem: 

  • Revisão das políticas de concessão de crédito, com foco maior na análise de risco; 
  • Segmentação de clientes e abordagens específicas conforme perfil de pagamento; 
  • Monitoramento ativo das carteiras, utilizando dados e tecnologia para prever inadimplência; 
  • Adoção de modelos de cobrança preventiva, com comunicação antecipada e negociação flexível; 
  • Fortalecimento da liquidez e provisões, garantindo fôlego diante de um cenário mais desafiador. 

O papel da cobrança estratégica 

Mais do que recuperar valores, a cobrança precisa preservar relações comerciais e contribuir para a sustentabilidade das operações. A adoção de uma abordagem consultiva, baseada em dados e no entendimento da realidade do devedor, tende a gerar melhores resultados. 

Empresas especializadas, como a Cobrance, vêm aplicando esse modelo com foco em personalização, uso de tecnologia e atendimento humanizado — práticas que se tornam ainda mais relevantes em um período de desaceleração econômica. 

A revisão do PIB para 2025 é mais do que um indicador macroeconômico: ela é um alerta estratégico. Em momentos como esse, empresas que conseguem antecipar riscos, agir com inteligência e manter relacionamentos sustentáveis com seus clientes têm mais chances de sair fortalecidas. 

A cobrança eficiente, estruturada e alinhada com a realidade do mercado é uma ferramenta essencial para atravessar esse cenário com responsabilidade e visão de longo prazo. 

 

Fontes: 

  • Banco Central do Brasil – Boletim Focus (0704/2025) 
  • Serasa Experian – Indicadores de Inadimplência Empresarial (jan/2025) 
  • Agência Brasil – Economia brasileira desacelera com inflação e juros altos 
  • Comitê de Estabilidade Financeira (Comef/BCB) – Nota Técnica (fev/2025) 
  • IBGE – Contas Nacionais Trimestrais (4º tri de 2024)